quarta-feira, 22 de junho de 2011

Preservação: uma questão de lucro

Juliana Tinoco

O Brasil conta hoje com cerca de 700 unidades de conservação federais e estaduais, espaços de terra ou mar delimitados por lei, de grau mais ou menos restrito, para proteger recursos naturais e biodiversidade. Mas se conservar vem no nome, gerar riquezas está no DNA, garante o estudo “A Contribuição das Unidades de Conservação para a Economia Nacional”, que conclui, na ponta do lápis, ser lucrativo preservar a natureza no país.

O estudo, parceria do Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) com o Ministério do Meio Ambiente, calcula os benefícios econômicos das áreas de proteção, entre eles, venda de madeira e produtos florestais, turismo, proteção das águas e a quantidade de carbono que deixa de ir para a atmosfera graças à preservação. Conclui que, na soma, as unidades de conservação geram mais do que gastam.


Só a produção de madeira em tora nas Florestas Nacionais e Estaduais da Amazônia, áreas onde o corte é manejado e não fruto de desmatamento ilegal, tem o potencial de gerar entre R$ 1,2 e R$ 2,2 bilhões ao ano, ou mais do que toda a madeira nativa atualmente extraída no país.


O valor se aproxima ao potencial de geração de renda do turismo dentro das unidades de conservação. A estimativa, até 2016, é de que a visitação e o uso público rendam entre R$1,8 e R$ 2 bilhões ao país. Em apenas 18 dos Parques Nacionais brasileiros, garante o estudo, a visitação é capaz de gerar o suficiente para ultrapassar o orçamento anual de manutenção de todos as unidades federais do Brasil.


Apesar de expressivos, os resultados são conservadores, ressalta Carlos Eduardo Young, professor do Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e um dos pesquisadores do estudo. Deixam de fora critérios sobre os quais há poucos dados científicos disponíveis, como o valor da biodiversidade.


“Existe uma percepção que as unidades de conservação são quase um custo a ser pago para que a biodiversidade e os demais produtos florestais possam ser preservados. Sua importância econômica é muito pouco trabalhada”, diz Young.


Quando o tema é carbono, o estudo garante que a criação e manutenção das unidades de conservação no Brasil impediu a emissão de pelo menos 2,8 bilhões de toneladas de carbono, o que, em cifras, corresponderia a R$ 96 bilhões.


Investimentos na manutenção de unidades
de conservação em diferentes países


O Brasil investe pouco na manutenção e criação de unidades de conservação.

Segundo o estudo, nos últimos anos, o orçamento disponiblizado para o Ministério do Meio Ambiente esteve abaixo do de 17 outros ministérios. Fonte: CNUC 2010


Fonte:http://www.oeco.com.br/reportagens/25137-preservacao-uma-questao-de-lucro

Balanço de combate ao uso de madeira ilegal é lançado em São Paulo

Faz dois anos que o programa Madeira Legal - que incentiva o uso de madeira de origem legal e certificada na construção civil no Estado e Município de São Paulo – foi lançado. No próximo dia 29 de junho, das 8h00 às 13h, no auditório da Fundação Getúlio Vargas (FGV), em São Paulo, será apresentado o balanço dos resultados obtidos.

O evento que é gratuito e aberto ao público, acontecerá na Av 9 de Julho, 2029 – Bela Vista, São Paulo.


Sabe-se que um dos principais vetores do desmatamento é a madeira ilegal. Só na Amazônia, o desmatamento responde por três quartos das emissões brasileiras de gases de efeito estufa, segundo informações da WWF. O Programa promove ações que garantem o uso de madeira de origem legal, como a exigência da apresentação do Documento de Origem Florestal (DOF), e a adesão, desde a origem do Programa, de setores da construção civil, que usa a madeira como matéria-prima.


O Estado de São Paulo, ainda segundo a WWF, consome 15% da madeira amazônica e, deste total, 70% é utilizada na construção civil.


O programa Madeira Legal é uma iniciativa do Governo do Estado de São Paulo, da Prefeitura de São Paulo, do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), da ONG WWF-Brasil, do Sindicato da Indústria da Construção Civil de São Paulo (SindusCon-SP) e de outras organizações da sociedade civil. Para saber qual organização é signatária do acordo
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Fonte:http://www.oeco.com.br/agenda/25135-balanco-de-combate-ao-uso-de-madeira-ilegal-e-lancado-em-sao-paulo

terça-feira, 21 de junho de 2011

Oceanos apresentam sintomas das grandes fases de extinção

Dos desastres com petróleo ao uso "sutil" de detergentes: O poder do homem de extinguir a vida...


Com o homem, quem precisa de meteoros para extinguir espécies?



Submetidos a uma série de pressões, do aquecimento à pesca predatória, os oceanos apresentam sintomas preocupantes, presentes nas fases anteriores de extinções em massa sofridas pela Terra, advertiu um painel de especialistas em relatório apresentado nesta segunda-feira.

Depois de analisar os efeitos acumulados de todas essas pressões, 27 especialistas de seis países exibiram um quadro preocupante.

As conclusões foram tiradas depois de uma reunião realizada em abril na Universidade de Oxford, cujo relatório é a síntese dos trabalhos.

"Os resultados são chocantes", resume Alex Rogers, diretor científico do Programa Internacional sobre o Estado dos Oceanos (Ipso) que organizou o seminário junto com a União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN) e a Comissão Mundial das Áreas Protegidas (CMAP).

"Considerando-se o efeito cumulativo que a humanidade causou aos oceanos, chegamos à conclusão de que as consequências são bem mais graves do que cada um de nós acreditava", acrescentou.

Esse painel científico concluiu que "a combinação das pressões exercidas criou condições que são encontradas em cada uma das extinções em massa de espécies da Terra anteriores".

Durante meio bilhão de anos, cinco extinções em massa foram registradas após calamidades naturais, durante as quais mais de 50% das espécies existentes desapareceram.

Entre os sinais vermelhos estão o aquecimento dos oceanos e sua acidificação que causa a hipóxia (baixos níveis de oxigênio).

"Eles constituem três fatores que são encontrados em cada uma das extinções em massa da história da Terra", indicaram os especialistas.

O painel ressalta que os níveis de carbono absorvidos pelos oceanos "já são bem mais elevados hoje do que na época da última extinção em massa das espécies marinhas, há cerca de 55 milhões de anos, quando mais de 50% de alguns grupos de animais de águas profundas foram exterminados".

Os "oceanos do mundo inteiro correm o grande risco de entrar em uma fase de extinção das espécies marinhas", alertam.

Globalmente, o relatório considera que "a velocidade e a taxa de degradação dos oceanos são bem mais rápidas do que tudo o que havia sido previsto".

Eles estão preocupados com a pesca predatória, que "causou uma redução de alguns recursos haliêuticos comerciais em mais de 90%", ou ainda o fluxo de nutrientes agrícolas "que já causou um declínio espetacular do estado dos oceanos".

"Novas pesquisas sugerem que os poluentes, entre eles os retardadores de chamas químicas e os perfumes sintéticos encontrados nos detergentes, podem ser observados até nos mares polares", e até nos peixes, alertam.

O oceano é "o maior ecossistema da Terra, que mantém nosso mundo em condições suportáveis" para a vida, lembram os especialistas, que pedem "insistentemente a adoção urgente de um melhor sistema de administração do alto mar, ainda pouco protegido, mas que representa a maior parte dos oceanos do mundo inteiro".


Fonte: Yahoo / AFP

terça-feira, 14 de junho de 2011

Roda Viva com Marina Silva

A ex-senadora Marina Silva esteve ontem, 13 de Junho de 2011, no programa Roda Viva, exibido pela TV Cultura.

Na oportunidade, Marina explicou porque o Novo Código Florestal representa o maior retrocesso da legislação ambiental brasileira.

A proposta para o Novo Código foi aprovada na Câmara de Deputados e seguirá para a votação no Senado. Esta entrevista é uma boa oportunidade para entendermos melhor o conteúdo do referido relatório.

Marina também comentou a crise política do Governo Dilma envolvendo o ex-ministro Antônio Palocci e as resistências que vem enfrentando em seu próprio partido, ao tentar implementar um novo modo de fazer política.

Você pode assistir a entrevista diretamente do site do Roda Viva, pelo link:

http://www.tvcultura.com.br/rodaviva/programa/1259

Ou, se preferir, pelo youtube, através dos seguintes links:

Bloco 1: http://www.youtube.com/user/rodaviva#p/u/4/EgZzPDxXp50

Bloco 2: http://www.youtube.com/user/rodaviva#p/u/0/t5M3xdEv9jo

Bloco 3: http://www.youtube.com/user/rodaviva#p/u/1/hcneHolLZX8

Bloco 4: http://www.youtube.com/user/rodaviva#p/u/2/3dBO1P1ywHk


Após assistirem, sintam-se livres para manifestar suas opiniões na opção "comentários", logo abaixo.

Saudações aos Amigos Andarilhos!

Sucas Andarilho.

segunda-feira, 13 de junho de 2011

As florestas são de todos os brasileiros

Milton Nogueira

19 de maio de 2011 às 13:24h

Quem disse que as florestas brasileiras, as mais lindas e diversas do mundo, seriam deixadas para uso apenas do agronegócio? Elas deveriam ser também de indígenas, perfumistas, escritores, botânicos e muitos outros.

Inúmeros segmentos da sociedade brasileira têm interesses nas florestas, todos têm algo a ver com elas, vivem delas, sonham com elas, levam a vida falando delas. Alguns vivem dentro delas. O brasileiro é um bicho-do-mato atávico, que mora em cidade, mas gosta do rural… e também da Amazônia, da mata, do cerrado, da caatinga, do Pantanal.

Ter florestas é bom, não apenas para produzir madeira, carvão vegetal, celulose, grãos e comida, mas, também, para brincar, fotografar, cantar, orar, admirar, passear, imaginar, usar, estudar, fantasiar, pesquisar. Elas são a vida.

O mundo precisa de florestas para manter o equilíbrio dinâmico entre atmosfera, oceanos, animais e fauna; elas retêm um estoque de gases de efeito estufa e protegem a vida no planeta. A cada árvore que cai uma quantidade de gás carbônico sobe na atmosfera. A biodiversidade do planeta, hoje cada vez mais ameaçada, vive nas florestas, principalmente é parte do sistema terrestre. Elas embaralham a vida – lindamente, magicamente.

Mas, por que razão o substitutivo ora em discussão na Câmara de Deputados fala apenas de proprietários rurais, fazendeiros e agronegócio? A lei ora em votação na Câmara deixará de fora algumas galeras que, embora não produzam sequer um quilo de nada, usam sua inteligência para criar coisas imateriais de grande utilidade para entender a vida. Não podemos aceitar que o novo Código Florestal seja aprovado sem ninguém falar com essas galeras. Os deputados têm o dever de falar com o povo brasileiro sobre coisa tão importante como as matas.
Quem são as pessoas e seres que gostam de florestas, protegem-nas e amam-nas? Você, leitor, é uma delas?

Turistas indígenas mateiros povos da floresta ambientalistas amantes da natureza artistas pintores Músicos poetas escritores religiosos afilhados de São Francisco romeiros da Festa da Cruz Espiritualidade Saci-pererê Mãe d’água Orixás caboclo-do-mato Biodiversidade perfumistas paisagistas raizeiros quilombolas Extrativistas seringueiros açaizeiros aves animais insetos rios lagos igarapés cientistas geógrafos climatologistas botânicos zoólogos Estudantes Fotógrafos cineastas

Fonte: http://www.cartacapital.com.br/carta-verde/as-florestas-sao-de-todos-os-brasileiros

Dilma recoloca projeto na vitrine para virar página


Na primeira semana após o fim da novela Palocci, que resultou na troca de dois ministros da articulação política, a presidenta Dilma Rousseff decidiu reforçar a chamada agenda positiva para tentar mostrar que a crise que abateu o Planalto há quase um mês é página virada.

Em seu programa “Café com a Presidenta”, Dilma centrou sua fala na maior aposta de sua gestão: o projeto “Brasil sem Miséria”, que foi ofuscado nos últimos dias pela notícia de que o homem forte do governo, Antonio Palocci (Casa Civil), havia multiplicado seu patrimônio graças à sua empresa de consultoria em pleno mandato de deputado federal.

O programa, exibido nesta segunda-feira, levou ao ar uma presidenta aparentemente otimista quanto aos encaminhamentos de ações que pretendem tirar 16 milhões de pessoas das condições de extrema pobreza.

Para isso, Dilma afirmou que o projeto contará com cursos de capacitação profissional e encaminhamento pra o mercado de trabalho de 1,7 milhões de pessoas. “Vamos oferecer crédito e incentivos para quem quiser abrir ou melhorar seu próprio negócio”, prometeu.

Dilma prometeu ainda promover um mutirão em cidades onde parte das pessoas não tem sequer certidão de nascimento, para que tenham acesso a crédito.

“O ‘Brasil sem Miséria’ vai mostrar que é possível sair da pobreza com ações concretas: empréstimos, cursos de capacitação, formação de cooperativas”, disse.

A presidenta adiantou também que o governo federal finaliza um acordo com a Associação Brasileira de Supermercados para que as redes varejistas comprem alimentos produzidos por famílias beneficiadas por programas de incentivo da agricultura familiar, como frutas, verduras, grãos, leite. “Os agricultores vão poder escoar a mercadoria, diminuindo o risco de perder sua produção”, explicou.

Nesta segunda-feira, a agenda de trabalho da presidenta tem início com uma audiência com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, e com o ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, pela manhã.

À tarde, Dilma participa da cerimônia de posse da nova ministra-chefe da Secretaria de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, e do novo ministro da Pesca e Aquicultura, Luiz Sérgio Oliveira. Eles trocaram de posição após críticas, de petistas e aliados, ao desempenho de Luiz Sérgio na articulação política do governo.

No fim do dia, a presidenta se reúne com a nova ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann.

http://www.cartacapital.com.br/politica/dilma-coloca-brasil-sem-miseria-na-agenda-para-virar-pagina-da-crise

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Sobrevivência: Comunidade tradicional luta para manter fonte de renda

As catadoras de mangaba do Sergipe criaram movimento estadual para impedir a extinção das mangabeiras.

Por Danielle Noronha

Localizado no litoral sul do Sergipe, o município de Indiaroba contribuiu decisivamente para a criação e a difusão – nos últimos anos – do movimento de defesa das catadoras de mangaba do Estado, uma atividade extrativista que é passada de geração em geração há muito tempo. É mais do que uma fonte de renda da comunidade, é uma tradição familiar – agora ameaçada pela especulação imobiliária e outras atividades industriais.

A presidente da Associação das Catadoras de Mangaba de Indiaroba, Alicia Santana Salvador Morais, começou a catar mangaba aos 4 anos de idade, hoje ela tem 24. Aprendeu com seus pais, que por sua vez foram ensinados pelos avós. E os filhos de Alicia, Adelina e Manoel Salvador, também já participam da tradição.

Alicia conta que a tradição existe há centenas de anos: “Essa cata é de geração em geração, quando a minha família veio pra cá a renda era pesca e mangaba. Essa rua aqui [onde ela mora] chama Rua da Mangabeira porque ela era todinha de mangaba. Grande parte das famílias que moram aqui, vive disso”.

Natural de Jandaí, na Bahia, mudou-se com o pai para Pontal aos três anos. Como Alicia explica, o nome do povoado vem de “ponta de terra” e, para fazer jus a como é chamado, está cercado por água, tendo apenas a estrada de terra com acesso a ele. Do outro lado do rio é Mangue Seco, Bahia, lugar famoso por ter sido cenário da novela global “Tieta do Agreste”, dos anos 1980.

Fonte:http://carosamigos.terra.com.br/